Controle da Salmonella – Medidas Preventiva

Blog

A Salmonella Enteritidis pode ser encontrada nos ovos por meio de uma infecção dos ovários ou do trato intestinal. Saiba como prevenir

Por Melina Bonato, Coordenadora de P&D, ICC Brasil

Sabe-se que a Salmonella Enteritidis (SE), o sorotipo mais comum associado com a doença humana; coloniza o ceco e os órgãos internos das poedeiras comerciais resultando na translocação da SE para o ovário. Logo, pode contaminar os ovos e ser encontrada neles por meio de uma infecção dos ovários ou do trato intestinal.

A preocupação com a qualidade dos ingredientes e dos aditivos utilizados na ração animal é uma tendência no mundo.

ImmunoWall®, além de ser um ingrediente natural, comprovou ser uma solução eficaz quanto a segurança alimentar (em baixas dosagens), refletindo na saúde do intestino o que resulta em um excelente custo/benefício para produtores de ovos.

Métodos para reduzir a contaminação do ovo 

Os produtores empregam intervenções para reduzir a contaminação dos ovos. No entanto, a praticidade e os custos de implementação são relevantes em um programa de redução de patógenos. Aditivos para ração podem ser um componente importante de um programa intervencionista para saúde animal, e qualidade e segurança dos alimentos.

Nos últimos anos, diversas alternativas para antibióticos foram testadas e utilizadas comercialmente no setor animal. Contudo, diversos fatores relacionados ao metabolismo animal devem ser considerados para obter o melhor custo/benefício de uma alternativa.

ImmunoWall® produzido por uma empresa brasileira de nutrição animal, é uma parede celular de leveduras com uma alta concentração de β-glucanas (> 35 %) e níveis excelentes de mananoligossacarídeos, MOS (>19 %).

Prevenindo a colonização de patógenos no intestino

O MOS é conhecido por sua capacidade de aglutinar os patógenos. Ele impedirá a colonização dos patógenos no intestino, pois oferece um sítio de ligação para bactérias nocivas que possuem as fimbrias tipo 1 presentes no trato intestinal.

Como os β-glucanas não são digeridos, as bactérias “capturadas” serão excretadas junto com os materiais fecais. É importante ressaltar que, para atingir a completa funcionalidade, as paredes celulares das leveduras devem ter uma baixa digestão no intestino. As β-glucanas são a porção indigesta da parede celular e, portanto, quanto mais alta for a sua concentração, menor será a digestibilidade de uma parede celular. Isso é o que torna o produto uma solução interessante no mercado.

As β-glucanas presentes no produto também modularão a resposta imune dos animais, pois são estimulantes naturais do sistema imune inato. Quando as células fagocíticas entram em contato com os β-glucanas, essas células são estimuladas e produzem citocinas.

Maior condição imune

A produção de citocinas acionará uma reação em cadeia, induzindo um status imune mais elevado nos animais; tornando-os mais aptos a combater contra infecções oportunistas. Uma dessas respostas é o aumento de células caliciformes responsáveis pela produção de muco. Com o aumento da produção e a liberação de muco no lúmen intestinal, a mucosa (barreira protetora dos vilos e do meio que permite a ação de diversas enzimas) cresce. O resultado é uma proteção maior das células e dos vilos intestinais.

O produto age como um agente profilático, elevando a resistência animal e diminuindo as perdas no desempenho e as altas taxas de mortalidade. Em um ambiente extremamente desafiador, o fortalecimento do sistema imune é a chave para melhores ganhos de produtividade.

Uso experimental na alimentação

Uma pesquisa realizada em Southern Poultry Research Group (Athens, GA – EUA) por Hofacre, et al. (2016) foi designada para avaliar o uso do produto na dieta para reduzir a colonização de Salmonella Enteritidis SE nos intestinos e ovários.

As aves jovens foram alimentadas com dietas de controle ou suplementadas com ImmunoWall® a partir de 10 semanas de idade e, na 16ª semana, foram oralmente desafiadas com uma cepa de SE resistente ao ácido nalidíxico. Sete e 14 dias após o desafio, as aves foram sacrificadas e passaram por uma necropsia, na qual foram obtidas amostras do ceco e dos ovários. A SE resistente ao ácido nalidíxico foi isolada e identificada.

Foi necessária uma dose de desafio de SE extremamente alta nesse estudo para estabelecer uma transmissão suficiente da SE para os ovários (> 40% das aves de controle foram positivas na cultura ovariana em comparação com 33,3% das aves que receberam ImmunoWall®).

ImmunoWall® foi muito eficaz na redução da prevalência de infecção no ceco (93,8% para ImmunoWall® vs. 97,9% para Controle em sete dias e 47,9% para ImmunoWall® vs. 53,2% para Controle em 14 dias), já que houve uma redução significativa na colonização do ceco pela SE em sete dias (o ceco positivo para SE no grupo de ImmunoWall® apresentou ligeiramente mais que 102 SE/grama vs. o grupo de Controle com aproximadamente 103 SE/grama de conteúdo cecal), resultando em reduções correspondentes na prevalência e na colonização dos ovários.

Redução na contaminação fecal dos ovos

Vale destacar que uma extensão óbvia da redução na colonização do ceco com o uso de ImmunoWall® será uma diminuição na contaminação fecal da superfície dos ovos. Após a postura dos ovos, eles começam a esfriar e incorporar as bactérias superficiais pelos poros da casca. Uma contaminação menor da superfície pela SE deve resultar em uma contaminação menor da parte interna do ovo.

O uso de ImmunoWall® pode ser uma parte integrada e viável de uma estratégia abrangente para intervenção da SE, resultando em uma redução da colonização dos ovários e da contaminação ambiental.

*Hofacre, et al. Effectiveness of a yeast cell wall in commercial layers against intestinal and ovary colonization of S. Enteritidis, presented at the Southern Conference of Avian Disease seminar in Atlanta in January 2017 (IPPE) and will be published in the proceedings of the Western Poultry Disease Conference in March of 2017.
Compartilhe:

Publicado em 14 novembro de 2019